quarta-feira, 31 de agosto de 2011

o cúmulo


Fiz a depilação com a pinça a meia perna. Sim, a minha vida chegou a esse ponto desastroso. Nem perguntem.

i'm a mess

A desarrumação no meu quarto é directamente proporcional à confusão que há na minha vida neste momento. Não consigo encontrar nada, não me apetece arrumar a roupa que se acumula das viagens em cima de tudo, não me apetece organizar a papelada de um ano fora. Não me apetece mas queria que tudo se resolvesse em 5 minutos. 

Queria tanto que depois destes últimos dez dias maravilhosos pelo norte do país se arrastassem pelo resto do ano. Sozinha é difícil. Aliás, impossível. Preciso de uma transformação de dentro para fora. Arrumar as ideias. Adaptar-me a isto tudo outra vez. Organizar os meus planos para o futuro. Voltar aos bons hábitos. Deitar cedo e levantar-me bem cedinho, quando a vida acontece lá fora, quando tenho tempo para mim, para meditar. Preciso desse tempo. Preciso de uma transformação.

Pôr a roupa para lavar, passá-la a ferro, arrumá-la. Limpar o pó. Fazer a cama de lavado. Aspirar. Organizar a papelada. 

Cortar o cabelo, fazer qualquer coisa diferente com o bonito cabelo que Deus me deu. Emagrecer - e isto é mesmo a sério, mesmo mesmo. É um assunto de saúde e já não consigo ver-me assim mais. Estou farta de olhar para as fotografias e pensar "sou mesmo assim? não pode! sou mes-mo assim??" - pois, sou. E se não quero ser assim há que fazer mudanças. Quero fazer exercício, comer com qualidade e sentir-me bem comigo mesma. Preciso disso. Estou farta de desperdiçar vida e beleza.

Não digo nada com nada pois não? Já disse, tenho o quarto/cabeça desarrumados. Não tentem compreender.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

olha o ressabiamento

"Sou mais gira que ela, tumbas." - Mas eu estou parva? Devo estar, só pode. Sou mesmo parva, é o que é.

domingo, 28 de agosto de 2011

só me acontece a mim

Comecei assim: "É muito giro, mas não é nada o meu estilo. Tem namorada faz dois anos e meio e o riso dele é meio constrangedor, é que nunca na vida. Não me parece que tenhamos afinidades nenhumas. Ainda bem que não lhe acho piada nenhuma."

Depois de 3 dias a trabalharmos/convivermos juntos: "Toca violino, que fixe, sempre quis aprender a tocar violino. O riso dele até é engraçado. Faz-me rir, por íncrivel que pareça. Consegue-em olhar nos olhos sem desviar o olhar.. ele tem mesmo uns olhos azuis lindíssimos, gosto. Mas pronto, não combinamos e ele tem namorada."

Depois de uma semana: "Tocou-me violino enquanto andávamos (é um feito!), contou-me dos sonhos dele e conseguimos ter conversas sérias que fluíam naturalmente. Até nos damos bem, estou surpreendida. Fica tão bem de barba por fazer. Passamos a vida com joguinhos infantis do género quem dá mais hi5's a desconhecidos durante a noite, quem consegue não rir durante mais tempo e mini-competições assim do género que nos fazem rir imenso. Ele deu um "hi5" a um cão que ía a passar para ganhar mais pontos e ficámos a rir que nem parvos no meio da rua. Ele tem piada. Almoçamos e jantamos quase sempre juntos e é sempre divertido. Gosto da personalidade e parvoíce dele. Fogo, ELE TEM NAMORADA."

No final das duas semanas, a despedida: "Não acredito que já passou. Não queria que tivesse acabado. Tivemos muito trabalho mas passou-se bem, com boa companhia facilita. Ele volta para Espanha daqui a uma semana, só nos vamos ver para o ano. Afinal não tem namorada, TEM NOIVA. Não quero o mail nem o número dele. Não quero sequer pensar nele. Oh céus, livra-te de ficar de lágrima no olho quando te despedires dele Maria! Não quero despedir-me. Ele também está a evitar a despedida. Bolas. Pronto: então vá, até à próxima, tudo de bom para ti - dois beijinhos e abraço com certa distância. Já está. Já acabou."

Somos amigos no facebook e vi as fotos dele com a namorada. Sou mais gira que ela, tumbas. Já acabou.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

o drama, a tragédia

Há lá terror pior que fazer malas? Não fui talhada para a tarefa. Sou mesmo péssima, levo sempre coisas a mais e apesar de saber que estou a levar coisas a mais não sou capaz de pôr um limite, parece-me tudo necessário. Isso e ter a capacidade de dobrar roupa de maneira que não chegue toda engelhada e de maneira que caiba toda na mala. Já tenho a roupa toda que estou a pensar levar para os próximos 15 dias em cima da mesa da sala para começar a passá-la a ferro (outra coisa que abomino) e parece-me pouca. E roupa interior? Não sei como, mas não tenho roupa interior suficiente para 15 dias! É triste. Toda a minha roupa interior parece desaparecer misteriosamente com o tempo, vá-se lá saber como. Lavar roupa interior no duche é muito mauzito, não é? Pois, mas é que é isso mesmo que vou fazer. É que tenho que sair às 14h e já é quase meio-dia. Sim, sou uma rapariga que gosta de fazer estas coisas à última da hora.
 Wish me luck!

Imagem: http://weheartit.com/entry/12742277





domingo, 14 de agosto de 2011

há coisas que me fazem impressão

Homens completamente depilados é uma delas.

Hoje vim um na piscina que santa ingrácia, não tinha o raio de um pelo, até metia inveja. Vá, tinha nos braços, e agora ao pensar nisso não tem grande lógica tirar os pelos todos, e repito TODOS (sim, o homem tinha um fato-de-banho bastante reduzido - dava para ver quase tudo, não estou a exagerar), e deixar os braços peludinhos, mas enfim. Já o estava a ver a deslizar mesmo bem na água visto à superficie bem lisa e bater com a testa na outra ponta da piscina. De modos que acho que um homem fica horrível todo depilado, é assim tipo anti-natura. Diga-se que peludo que nem um macaco também é coisa para assustar (desculpem lá, mas o homem não descende do macaco digam lá o que disserem, logo não é natural).

Deu-me vontade de lhe ir perguntar qual era a esteticista que o senhor frequentava mas não me atrevi.

oh my days

Era suposto ser uma noite divertida, em que eu depois de cozinhar uma lasanha vegetariana mais que saborosa e comermos uma fatia de tarte de côco íamos jogar aquele jogo giro, Party&Company (it's totally my type of game). Mas não. Já devia saber que as coisas nunca correm de acordo com o planeado. Vá, fiz uma lasanha vegetariana para lá de saborosa (não é para me gabar, mas toda a gente me fartou de elogiar - a sério), sempre comemos a fatia de tarte de côco mas está quieto com o jogo giro. A malta quis ir jogar SingStar, e isto até nem era mau de todo não fosse o único SingStar que há cá em casa ser o da Disney (não perguntem). Juro que já não posso ouvir aquilo. Então aquela música dos ratinhos da cinderela com aquelas vozes tipo Chipmunks (que são só das coisinhas que mais me irritam - de sempre), tira-me do sério, é ver-me entrar em modo marginal londrino, só me apetece destruir coisas. Foram só 3 horas a jogar o raio do jogo, a repetir as músicas meia centena de vezes, e batalhas para aqui e solos para ali, e os "ai é só mais uma ronda". O horror. Lá convenci a malta que a aquilo já me estava a dar naúseas e que o Alladin e a Jasmine juntamente com a Bela e o Monstro precisavam descansar, assim aquele tipo de coisas que se dizem às criancinhas, sabem? Pronto, com muitos "ohhh, só mais uma vez a do Rei Leão!" e "anda lá!" eu feita ice-queen desliguei o raio do jogo. Acreditem, não fui má, é que ninguém atura. Eu toda convencida que íamos jogar Party&Company, já quase a esboçar um leve sorriso matreiro do género "let's play my game losers, i'm going to show you who is the boss" (eu com jogos que gosto fico assim tipo um bocadito competitiva e com um feitiozinho à cabra que só visto). Tinha que haver um idiota que disse que não lhe apetecia jogar, que lhe apetecia era jogar Need for Speed's e coisas assim, coisas essas que não domino, abomino. E tinham que haver outros idiotas que acharam a ideia gira e começaram logo com "bora lá's" e afins.

Esta gente está aqui toda contente a jogar um jogo de carrinhos todos quitados e a achar um máximo e eu aqui, a escrever isto. Tenho que deixar de convidar gente desta, amigos de infância estão muito overrated.

O que vale é que lido com isto muito bem, nem estou chateada nem nada. Estou aqui muito feliz a córtir o computador, évingue lótes ofe fane! Nota-se, não se nota?

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

home sweet home

O meu blogue está fofinho e já me sinto em casa. Já sigo os blogues que gosto (confesso que não sou nova nestas andanças), já pus um header todo catita - não fui eu que tirei a foto visto serem as minhas mãos a segurarem a mini-rã (que já agora, é susposto ser um sapo para combinar com o título), foi um amigo meu que pelos vistos não reparou que o focus da imagem não está na rã, o que é uma pena. Adoro os tons esverdeados, verde é a minha cor favorita. A foto encaixou em tudo com este blogue, vai ficar durante muito muito muito tempo.

O que eu mais gosto deste blogue: ser uma completa desconhecida, com liberdade para dizer o que quiser. Há lá coisa melhor?

Um ano sem ver televisão..

é muito fácil quando se está num meio onde não há televisão em casa, ou quando há não é numa língua que se perceba, ou quando todas as pessoas com que estamos e nos damos não vêm televisão. A sério, é fácil. Uma pessoa tem saudades nos primeiros tempos, e apetece-nos imenso alapar o traseiro no sofá mais próximo pegar no comando fazer zapping por uma carrada de canais até encontrarmos aquela série que adoramos e nos faz rir desalmadamente (por dentro - visto que quando estou a ver televisão é muito raro rir alto, o que não significa que não esteja a achar um piadão, pelo contrário), apetecia-me televisão principalmente nos momentos em que não me apetecia conversar com ninguém ou de preguiça total. Com o tempo aprende-se a fazer qualquer coisa mais produtiva e começamos a reparar que de repente temos imeeeenso tempo para fazermos o milhar de coisas que andávamos a adiar por falta de tempo, é realmente íncrivel como o dia passa a ter 24 horas! Resumindo, admito que este tempo sem televisão foi das melhores coisinhas que já fiz, li muito mais, dediquei mais tempo a coisas que realmente interessam e me constroem como pessoa em vez de me estupidificarem (admitamos, maior parte dos programas que passam na televisão são lixo, e maior parte deles nós gostamos e vemos).

Antes de voltar a casa pensei: "Se há coisa que quero continuar a fazer quando voltar são: não ver televisão e continuar a gastar o meu tempo em coisas realmente importantes, deitar cedo e levantar-me cedo, não beber refrigerantes e comer porcarias." Aaaah, doce ilusão.

Eu precisava era de detestar a televisão, de repudiar a coisa. Talvez assim resultasse. É que quando voltamos e estamos num ambiente em que há televisão, que é falada numa língua que percebemos e estamos rodeados por gente que vê televisão como quem respirar ou que as conversas invariavelmente vão dar a um programa qualquer que passou na televisão vemo-nos completamente rodeados pelo O Mal. Parece que não há escapatória possível. É que torna-se muito díficil. Passamos pela sala e lá está o raio do aparelhometro ligado, e lá ouvimos as risadas da família e um "Maria, olha vem aqui ver isto! Tem imensa piada.", e nós educadamente, porque não queremos passar a imagem "olhem para mim, sou tão superior e não vejo tv e tal e tal", dizemos "agora não, tenho que ir desfazer a mala" ou "agora não, vou ler". Chega a uma altura que não resulta e temos mesmo que dizer que estamos a tentar deixar de ver televisão. Depois lá vêm as perguntas em catadupa, não há maneira de fugir. Lá explicamos, que achamos que perdemos muito tempo, e que achamos que a televisão tem uma influência negativa em nós e que queremos aproveitar melhor o tempo e tal. E dizer isto sem deixar a impressão que estamos a julgar os que vêm ou que nos estamos a armar em boas e tal? Pois, é muito díficil. Isto da televisão é só um exemplo, porque há mais coisas.

Lá está, se eu detestasse mesmo a televisão e repugnasse mesmo os efeitos que ela me traz, conseguia levar a eterna-dieta-de-televisão à séria. Mas eu continuo a gostar de me alapar a ver séries que não me trazem muito para lá de um grande desperdício de tempo e muitas ilusões, continuo a gostar. Logo já se está a ver o resultado da minha resolução, uma semannita e tal depois lá estou eu alapada no sofá a encher-me de séries. E nem sabem a raiva que me dá, é que fico mesmo fula comigo própria. Podia já ter acabado o livro que estou a ler, começar a estudar a língua que pus na cabeça que quero aprender, começar a fazer as malas para os próximos 10 dias em que vou estar fora de casa, arrumar e organizar a minha mala de papelada que trouxe do meu ano fora, arrumar um montão de outras coisas que precisam aqui em casa. Não fiz nada do que queria, porquê? PORQUE TENHO ESTADO A VER TELEVISÃO! Shame on me, estou a ver televisão pelo ano todo quase. Adorava detestar a televisão. Queria mesmo mesmo. Um desperdício de tempo autêntico.


Vou começar a fazer um esforço, a sério que vou. É que eu sei que é possivel e que é bom, só tenho é que pôr toda a minha vontade nisso.