há dias que me apercebo que mudei muito nos últimos dois anos. e apercebo-me que nem todas as mudanças foram positivas. eu não sou uma ilha, não sobrevivo sem pessoas, sem as minhas pessoas. mas ás vezes acho que sim, que sou muito independente e que me desenrasco bem sozinha. mentira. ninguém sobrevive sozinho, eu própria sei disso. nem sempre me apercebo que esta minha mania magoa as pessoas à minha volta. ou até que as afasta. e depois quando se afastam é que eu tomo consciência que esta minha mania de ser independente, que vejo como uma protecção, é uma maldição. tenho medo. o medo é irracional mas pode, e deve, ser controlado. tenho medo de gostar demais, de me dar demais, de estar em risco de ser magoada. mas quem é que não está sempre em risco quando gosta, quando se dá? todos, ninguém escapa. o risco é tão grande para mim como para os outros. não sou uma mártir, não sou a única a enfrentar riscos. o risco de ser magoada pode ser tão grande como o de vir a magoar. e é isso que eu faço, magoo, quando acho que não preciso de ninguém e que me desenvencilho sozinha. afasto as pessoas, as que mais gosto - por mais que me custe a admitir.
desculpa. sim, é para ti.
desculpa por muitas vezes mostrar que não és essencial. todos os meus amigos são essenciais, tu também. as circunstâncias mudam, as pessoas mudam, a distância muda-nos - de uma maneira ou de outra. mas eu gosto muito de ti, mesmo não estando presente - porque nem sempre a vida nos permite.
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