domingo, 2 de outubro de 2011

esta coisa que eu ainda não percebo

Não notei em ti, não notei mesmo. Mas pelos vistos tu notaste em mim. O que acho mais graça é a isso mesmo, o facto de eu não ter notado nem reparado na tua existência e tu teres reparado na minha, este tipo de coisas não me acontecem. Depois lá te fizeste notar e vieste perguntar como me chamava. Usaste uma técnica para meteres conversa comigo várias vezes que detestei, o que me fez logo achar que eras um parvo e não simpatizar nada contigo. Aliás, achei logo que devias estar a gozar comigo, para mim só podia ser isso.

As coisas deram uma volta, a tua insistência levou-me a observar-te. Houve coisas que apreciei em ti e depois já dava por mim a procurar-te no meio de muita gente no sítio onde estávamos a passar o verão. Provavelmente isto tudo começou pela atenção que me davas e isso deixa-me zangada comigo própria, não sei porquê. Preferia que nunca me tivesses dito certas coisas, senti-as e tu provavelmente disseste-as sem sentimento. O que vale é que não aconteceu nada, e quando eu te disse que ia para fora um ano no dia em que disseste que gostavas de mim e que querias conhecer-me melhor e tretas do género, tu afastaste-te.
Na altura custou-me um bocadinho e fiquei-te com um odiozinho de estimação, a culpa foi tua, toda tua. Eu nem tinha notado em ti, não existias para mim. Antes tivesses permanecido assim, inexistente.

Ontem vi-te, pela primeira vez desde há um ano e tal atrás. E devia ter desejado não te ter visto, mas sorri por dentro e desejei que notasses em mim e te arrependesses sei lá do quê, sou parva. Tu viste-me eventualmente e acenaste-me ao longe, eu sorri-te e fui me sentar o mais longe possível para ter a menor chance de te ver. Saiu-me o tiro pela culatra, vi-te mais do que devia. Quando menos esperava vieste cumprimentar-me e eu depois dos dois beijinhos disse que tinha que ir (por acaso tinha, mas nunca ter que me ir embora foi tão conveniente). Apressei toda a gente que vinha comigo,. Raios, tu também estavas de saída e saíste atrás de nós. Parámos por causa de alguém e passaste à frente, sem querer olhámos um para outro, desviei rapidamente o olhar e nesse momento apercebi-me que sinto raiva de ti. Raiva por não me seres completamente indiferente, raiva por nem sequer te odiar mas dizer que sim, que te odeio e te acho insuportável, raiva por seres um cobarde. És um estúpido e espero não me cruzar mais contigo (e eu sei que mais tarde ou mais cedo isso vai acontecer).

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