sábado, 14 de julho de 2012

como não poderia deixar de ser

ele levou uma longa carta minha e o meu livro preferido (aquele que está quase todo sublinhadinho e a que recorro sempre em busca de inspiração). a carta tentei que ele me prometesse que só lia no avião, isso ou no autocarro para Faro, mas foi impossível - recusou-se a prometer, alegou que gosta de cumprir as promessas que faz e que essa ele não tinha a certeza que podia cumprir porque estava demasiado curioso para a ler - diz que não está habituado a cartas e adora a ideia que eu lhe escreva (he is so cute). coitado, quando ler a carta vai ficar tão desiludido..  é que não é uma carta de amor (essas são ridículas, não é verdade Ricardo Reis?), nenhum pedido de namoro ou casamento (livra! era eu capaz de tal coisa!). pobre rapazinho, por uma dessas bem pode esperar sentado..

em relação ao livro, nunca o emprestei e juro, normalmente não tenho mesmo problema em emprestar livros (até emprestei o meu precioso Pride&Prejudice comprado em Londres a uma colega de turma este semestre) mas aquele livro é muito especial e já escapei de o emprestar a algumas pessoas umas quantas vezes. ele pediu-me se eu lhe o emprestava porque já lhe ando a dizer há meses para o ler, fiquei meio apreensiva mas emprestei para ele levar lá para terras de sua majestade.. disse-lhe umas quantas vezes para ter cuidado com o meu livro. enfim, agora é esperar que o livro volte intacto, com as minhas notinhas de rodapé e os post-its a marcar as partes preferidas. eu sei, sou oficialmente uma chatinha.

já disse que vou ter muitas saudades dele? claro que do C também, mas o C fica por Portugal nas férias.. pelo menos até ver. O D é que vai lá para o frio tentar a sua sorte.. fica assim um bocadinho mais longe. consegui manter o sorriso e a postura alegre na despedida, afinal também são só 2 meses, não é assim tanto tempo! custa-me mais porque eles são a minha companhia diária, são quem está sempre comigo e de quem eu gosto cada vez mais, daqui à lua e voltar - como eu dizia em pequenina. de modos que fico assim com o coração apertadinho por não os ter aqui ao lado. quando o carro deles saiu da minha rua, a tocar a nossa música alto (a You and I da Ingridezinha que pus no último post - foi decidido hoje que essa seria a nossa música, à qual vamos escrever uma letra só nossa), e eu subi as escadas do prédio sozinha lá uma lágrima teimosa resolveu rolar-me pela face. já não me lembrava de ser lamechas a este nível há muito tempo. limpei logo com as costas da mão assim como quem enxota algo indesejado. detesto este meu lado coração mole - é verdade que já fui bem mais, mas mesmo assim, é um horror.

vou dormir porque estou a sentir-me a ficar como o tempo lá fora, cizenta. é esperar que passe rápido.

1 comentário:

Jelysa disse...

Agora fiquei curiosa? O que estava escrito nessa bendita carta? Ele leu-a antes de chegar ao avião? O que te disse?

Se não contasses histórias tão interessantes, não recebias tantas perguntas..